As Convenções sob a perspectiva de Asimov
As Convenções
sob a perspectiva de Asimov
Em 1972, uma convenção de Jornada nas Estrelas foi sediada em Nova York. Eu fui convidado a participar, e eu fui.
Em 1973, uma segunda convenção foi sediada foi sediada em Nova York. EU fui convidado a participar, e eu fui.
Em 1974, uma terceira convenção foi sediada foi sediada em Nova York. Eu fui convidado a participar, e eu fui.
Em 1975, duas convenções foram sediadas foi sediada em Nova York, e eu participei de ambas. Em 1976… idem.
Por algum motivo isso parece para algumas pessoas (tanto amigos como desconhecidos) como estranho. No mínimo eles começam a rir.
É claro que a visão deles a respeito de tais convenções é que elas são frequentadas por hordas de
garotas pré-adolescentes esganiçadas, pulando para baixo e para cima.
Bem, existiam garotas pré-adolescentes nestas convenções, mas elas não estavam gritando e não estavam pulando para baixo e para cima. Elas não eram tão pouco as únicas pessoas presentes.
Existiam, em somatória, garotos pré-adolescentes, garotas adolescentes, garotos adolescentes, mulheres adultas e homens adultos.
E haviam mais deles, num geral, que os patrocinadores da convenção esperavam – pelo menos para as duas primeiras. Na primeira convenção os planos eram para 250 pessoas e 2.500 chegaram. Na segunda convenção, determinados a não serem pegos de calças curtas, os patrocinadores planejaram para 4.000 e 7.000 chegaram.
Na terceira convenção foram 14.000 e em 1975, o comparecimento foi maior que 7.000 em cada uma das duas convenções realizadas com apenas um mês de distancia entre elas.
Foi um caos? Certamente que não. Existiu o desconforto natural que acompanha a tentativa de manejar muito mais pessoas que você estava preparado para lidar, mas eu nunca presenciei (numa vida razoavelmente longa de participante de convenções de todos os tipos: Ficção Científica, Ciência e Negócios) nenhum grupo de pessoas tão razoáveis, ordeiras, e tão bem-humoradas como nestas convenções.
Na segunda convenção, em particular, eu me lembro da “festa à fantasias” em uma salão amplo repleto até o horizonte com multidões de ansiosos Trekkies, todos assistindo os concorrentes com o mais perfeito decoro.
Eu me lembro da frequência nas palestras; nas minhas palestras, por exemplo. Eu falei para certa de 3.000 pessoas, eu estimo, a plateia em pé, aos fundos,e a atenção eta total. Quando a palestra terminou e era o momento das perguntas, um número de pessoas se alinharam atrás de dois microfones esperando sua vez de perguntar enquanto o resto da plateia permaneceu fixada e ordenada.
Então depois, quando foi a sessão de autógrafos, havia uma longa fila formada, e pessoas esperando pacientemente meia hora ou mais para chegar até mim.
Estes eram os Trekkies, estes eram os supostos adolescentes esganiçados, que pulavam para baixo e para cima. De maneira alguma. Estas eram pessoas entusiasmadas de todas as idades tomando parte na experiência Jornada nas Estrelas, que foram e eram participantes do mais sofisticado exemplo de Ficção Científica na televisão, e um pouco daquelas vidas foram permanentemente marcadas como resultado.
Os Trekkies são inteligentes, interessados, e pessoas envolvidas que são um prazer de se estar ao redor, em qualquer quantidade. Por que mais eles estariam envolvidos com Jornada nas Estrelas, um programa inteligente, interessado e envolvente?
Apenas uma vez, de fato, a ordem geral e o decoro foram quebrados em uma destas convenções, que foi quando o Sr. Spock (bem, Leonard Nimoy) fez uma breve aparição. E as jovens mulheres gritaram um pouquinho – mas nos temos que desculpar os hormônios, afinal de contas.
Isaac Asimov
Este artigo foi publicado originalmente na revista de ficção científica Starlog em sua edição de lançamento (Starlog #1, p.43, 1976).
Traduzi o artigo a fim de trazer para a língua portuguesa este breve pedaço da história tanto da Ficção Científica e de Jornada nas Estrelas quanto de Isaac Asimov e da Revista Starlog.