Ficção Científica em Vênus
Com as notícias da possibilidade de vida em Vênus puxando nossos olhares para novamente para o “Planeta Irmão da Terra”, chega a hora revisitarmos a “Ficção Científica em Vênus”! Assim como fizemos com a “Ficção Científica em Marte”, vamos dividir nossa atenção para os dois grandes períodos que a ficção científica abordou Vênus como cenário: Antes dos programas Mariner 2 (1962) e Venera 7 (1970) e após, visto que estes dois programas nos possibilitou, em muito, entender mais a respeito da atmosfera de Vênus, o que consequentemente influenciou os escritores de ficção científica a mudarem a abordagem que tínhamos sobre Vênus.
Vênus é o segundo planeta do Sol. Tem o nome da deusa romana do amor e da beleza. Como o segundo objeto natural mais brilhante no céu noturno depois da Lua, Vênus pode projetar sombras e pode ser, em raras ocasiões, visível a olho nu em plena luz do dia.
Representações fictícias do planeta Vênus existem desde o século XIX. Sua impenetrável cobertura de nuvens deu aos escritores de ficção científica liberdade criativa para especular sobre as condições em sua superfície; ainda mais quando as primeiras observações mostraram que não apenas era muito semelhante em tamanho à Terra, mas possuía uma atmosfera substancial. Mais perto do Sol do que a Terra, o planeta era frequentemente descrito como mais quente, mas ainda habitável por humanos. O gênero atingiu seu pico entre as décadas de 1930 e 1950, numa época em que a ciência havia revelado alguns aspectos de Vênus, mas ainda não a dura realidade de suas condições de superfície.
Antes da Mariner 2 e Venera 7 explorem Vênus, os cientistas esperavam que Vênus fosse um oceano, um pântano ou até mesmo um deserto. As sondas espaciais que descobriram que a temperatura da superfície do planeta era de 427°C e a pressão atmosférica terrestre era muitas vezes maior que a da Terra, tornada obsoleta na ficção anterior que retratava o planeta com cenários exóticos, mas habitáveis. A partir deste ponto, as histórias começaram a abordar temos como a terra-formação de Vênus e / ou a sobrevivência em ambiente tão inóspito.
Uma clemente zona crepuscular em um Mercúrio em rotação sincrônica, um Vênus de pântano e selva e um Marte infestado de canais, embora todos os dispositivos clássicos de ficção científica, são todos, na verdade, baseados em equívocos anteriores de cientistas planetários.
Carl Sagan, 1978
As 3 Faces de Vênus
Vamos olhar para os três formatos que Vênus tinha sob a perspectiva da ficção científica:
Vênus, Um Grande Oceano
Uma das possibilidades para a superfície de Vênus, era a de um grande oceano, tal qual o antigo Pantalassa, que rodeava nosso supercontinente Pangeia. Embora ao contrário da Terra, Vênus não possuiria grandes massas de terra capazes de causar correntes atmosféricas verticais quebrando a sólida camada de nuvens do planeta.
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Últimos e Primeiros Homens (Olaf Stapledon, 1930)
Um bom exemplo desta hipótese é “Últimos e Primeiros Homens: uma História do Futuro Próximo e Distante” [Last and First Men: A Story of the Near and Far Future] que é um romance de ficção científica de “história do futuro” publicado em 1930 pelo autor britânico Olaf Stapledon. Este é um trabalho de escala sem precedentes no gênero, ele descreve a história da humanidade do presente em diante através de dois bilhões de anos e dezoito espécies humanas distintas, das quais a nossa é a primeira.
A concepção de história de Stapledon segue um ciclo repetitivo com muitas civilizações variadas surgindo e voltando à selvajaria ao longo de milhões de anos, à medida que as civilizações posteriores alcançaram alturas muito maiores do que a primeira. O livro antecipa a ciência da engenharia genética e é um dos primeiros exemplos da supramente ficcional; uma consciência composta de muitos indivíduos ligados telepaticamente.
Em “Os Últimos e Primeiros Homens” a humanidade é forçada a migrar para Vênus centenas de milhões de anos no futuro, quando cálculos astronômicos mostram que a Lua logo descerá em espiral para se chocar com a Terra. Stapledon descreve Vênus como sendo principalmente um oceano com violentas tempestades tropicais.
Perelandra (Volume #2 da Trilogia Espacial de C.S. Lewis, 1943)
A Trilogia Espacial ou Trilogia Cósmica é uma série de romances de ficção científica de C. S. Lewis. Um filólogo chamado Elwin Ransom é o herói dos dois primeiros romances (“Out of The Silent Planet” e “Perelandra”) e um personagem importante no terceiro (“That Hideous Strength”). Os Primeiro e Terceiro volumes se passam em Marte e Terra respectivamente, e é justamente no Segundo volume que viajamos para Vênus.
Também conhecido como “Viagem a Vênus”, em Perelandra o Dr. Ransom viaja para uma Vênus intocada na qual os primeiros humanóides acabara de emergir. Assim como em Os Oceanos de Vênus [Lucky Starr and the Oceans of Venus] de Isaac Asimov, Lewis traça uma visão de um Vênus com atmosfera e ambiente semelhante ao Cambriano, coberta por um oceano quase global, repleto de vida aquática exótica.
Os Pântanos de Vênus
Mas Vênus poderia ter massas de terra, só não secas…
Em 1918, o químico e ganhador do Prêmio Nobel. Svante Arrhenius, decidindo que a cobertura de nuvens de Vênus era necessariamente água, decretou em Os Destinos das Estrelas [The Destinies of the Stars] que “Uma grande parte da superfície de Vênus está sem dúvida coberta de pântanos” e comparou a umidade de Vênus para as florestas tropicais do Congo. Vênus se tornou então, um lugar para escritores de ficção científica colocarem todos os tipos de formas de vida incomuns, de quase-dinossauros a plantas carnívoras inteligentes.
Em sua série “História Futura”, Robert Heinlein nos mostra um visão de Vênus próxima a de Arrhenius. Ray Bradbury tem uma perspectiva de Vênus como um planeta com chuvas constantes e podemos ver em “Todo Verão em um Dia” [All Summer in a Day] e “A Longa Chuva” [The Long Rain]. Este último pode ser lido na coletânea de contos “Uma Sombra passou por aqui” [The Illustrated Man, 1951], publicado aqui no Brasil pelas editoras Record e Edibolso.
Na extensíssima Série de Ficção Científica Alemã Perry Rhodan, Vênus é descrito como um “Planeta Selva”
Uma Princesa de… Vênus?
Edgar Rice Burroughs escreveu a série “Vênus” no estilo “espada e planeta“, ambientada em uma versão ficcional de Vênus conhecida como Amtor, em semelhança a sua famosa série Barsoom, que se Iniciou em “Uma Princesa de Marte”. Ao contrário de Barsoom, o planeta deserto de Marte, essas histórias se passam em um mundo aquático como a Terra.
Aqui temos Carson Napier, e como é comum nas obras de Burroughs, o herói é ousado e rapidamente conquista o coração da realeza de Vepajan, a Princesa Duare.
Lovecraft em Vênus?
Nos Muros de Eryx [In the Walls of Eryx] é um pedaço incomum entre os trabalhos de Lovecraft, sendo uma história de ficção científica padrão envolvendo a exploração espacial em um futuro próximo.
Lovecraft, em parceria com seu amigo Kenneth J, Sterling, nos entrega história, escrita em narrativa em primeira pessoa, que é a primeira e única incursão de Lovecraft na ficção científica e descreve a vida e a morte de um garimpeiro no planeta Vênus que, enquanto trabalhava para uma empresa de mineração, fica preso em um labirinto invisível. Vênus é representado por um planeta-florestal pantanoso habitado por Homens-Lagarto!
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Contos de Lovecraft publicados em português!
Vênus… Planeta Deserto… Duna
Existe ainda uma terceira imagem de Vênus, com uma cobertura de nuvens com um planeta quente e seco, no qual a atmosfera contém vapor de água e a superfície tem tempestades de poeira. Em 1922, os astrônomos Charles Edward St. John e Seth B. Nicholson, não conseguindo detectar os sinais espectroscópicos de oxigênio ou água na atmosfera, propuseram uma Vênus empoeirada e com ventos constantes e desértico. Mas sem Vermes Gigantes ou especiaria… Isso ficaria a cargo de Frank Herbert algumas décadas depois.
Não que Frank Herbert não tenha se aventurado por Vênus. O escritor de Duna se junta com seu filho Bryan Herbert e nos leva até nosso planeta irmão em seu “O Homem de Dois Mundos” [Man of Two Worlds], onde parte da história se passa em Vênus, com uma guerra ocorrendo no planeta entre os franceses (e sua legião estrangeira) e os chineses. Os soldados de infantaria de ambos os lados usam trajes blindados feitos de Inceram, um material incrivelmente resistente ao calor, para protegê-los das temperaturas da superfície do planeta. Qualquer dano à armadura de um soldado que permita a entrada da atmosfera venusiana resulta em seu corpo literalmente fervendo em vapor.
Adeus, Fantástica Vênus
As noções mais otimistas a respeito de Vênus não foram definitivamente descartadas até que as primeiras sondas espaciais foram enviadas a Vênus. Dados do sobrevôo da Mariner 2 em dezembro de 1962, bem como da radioastronomia da mesma época, apontavam para uma Vênus quente e seca, mas até 1964, os cientistas soviéticos ainda estavam projetando sondas de Vênus para a possibilidade de aterrissar em água líquida.
Só depois que Venera 4 e a Mariner 5 chegaram a Vênus (18 a 19 de outubro de 1967) foi que se confirmou, sem sombra de dúvida, que Vênus era na verdade um planeta deserto extremamente quente e seco com ácido sulfúrico em sua atmosfera. Assim as histórias sobre a úmida Vênus tropical desaparecem naquele ponto, exceto por uma onda “retro-sf” intencionalmente nostálgico.
Uma passagem que Brian Aldiss e Harry Harrison marcaram com sua antologia de 1968 “Adeus, Fantástica Vênus” [Farewell, Fantastic Venus]. A antologia conta com autores como Henry Gade, Poul Anderson, Arthur C. Clarke, Olaf Stapledon, Edgar Rice Burroughs, Carl Sagan entre outros…
Adeus Fantástica Vênus contém histórias e trechos de novelas da época antes que a verdadeira natureza de Vênus se tornasse aparente, quando o planeta nublado ainda poderia ser imaginado como uma outra Terra, embora mais quente. Desse ponto em diante, poucas histórias seriam escritas que não reconhecessem Vênus como um mundo seco e sem vida com nuvens ácidas e uma temperatura alta o suficiente para derreter o chumbo. Escritores como Larry Niven (autor de “Ringworld” e “The Mote in God’s Eye”) escreveram sobre a “nova” Vênus.
Haveria ainda mais algumas aventuras naquele mundo imaginário de oceanos com monstros ou venusianos. Vênus tinha sido a melhor esperança de vida extraterrestre, e agora aquela esperança foi perdida. Ou talvez “colocada em espera”, para retornar décadas mais tarde…
O Novo Vênus
À medida que o conhecimento científico a respeito de Vênus avançava, os autores de ficção científica se esforçavam para acompanhar o ritmo, particularmente conjecturando as tentativas humanas de terraformar Vênus.
Como em “O Céu Nú” [The Naked Sky; The Joy Ride] de 1955 de James E. Gunn, que pode ser encontrado em “O Fim dos Sonhos” [The End of the Dreams] começa em uma Vênus parcialmente terraformada, onde os colonos vivem no subsolo para fugir da atmosfera ainda mortal e trata da felicidade final e da natureza da realidade.
Ou ainda no capítulo final de “2001: Uma Odisséia no Espaço”, de Arthur C. Clarke; “3001: A Odisséia Final“, adota a possibilidade de reduzir a temperatura de Vênus ao direcionar os fragmentos de cometas para impactar sua superfície.
Ainda dentro da obra de C. Clarke, em “Encontro com Rama” [Rendezvous With Rama] de 1972, a organização PU (Planetas Unidos) exclui Vênus visivelmente. Mais tarde, o protagonista do livro, o Comandante William Norton, é descrito como tendo “se destacado durante a décima quinta tentativa de estabelecer uma base em Vênus“.
Vênus de Larry Niven
Em “Tranquilizado no Inferno” [Becalmed in Hell] (1965), de Larry Niven, uma nave espacial que explora a atmosfera de Vênus aterrisa para resolver um problema. Uma das primeiras histórias a refletir a compreensão mais recente das altas temperaturas da superfície de Vênus. A Niven também explora o confronto psicológico de um homem e o sistema inteligente de controle da espaçonave… três anos antes de 2001: Uma Odisséia no Espaço ser lançado.
“Tranquilizado no Inferno” pode ser encontrado na coletânea, em inglês, “Madness from a Distant Moon“
Atenção: Livro em Inglês
Série Heechee de Frederik Pohl
Os Heechee são uma raça alienígena fictícia em uma série de romances de ficção científica de Frederik Pohl. Os Heechee são retratados como uma raça estelar extremamente avançada que explorou a Via Láctea, incluindo o sistema planetário da Terra, centenas de milênios atrás e depois desapareceu.
Pohl apresentou os Heechee em uma novela de 1972, “Os Mercadores de Vênus” [The Merchants of Venus]. Em 1990, foi embalado com nove contos originais como The Gateway Trip (Del Rey Books), um livro de cerca de 240 páginas que é a única coleção da série Heechee.
Alguns volumes da série podem ser encontrados em português de Portugal na Coleção Argonauta.
Atenção: Livro em Inglês
Pohl fez um esforço meticuloso para apresentar uma forma plausível de colonização humana de Vênus, nas condições reveladas por sondas. Nessa história, Vênus foi colonizada em um passado distante por alienígenas misteriosos que os humanos chamam de Heechee. Eles deixaram para trás vários artefatos, bem como túneis e câmaras subterrâneas que poderiam ser adaptadas para uso humano, o que reduziu consideravelmente o preço da colonização e forneceu um forte incentivo econômico, pois os artefatos de Heecheee alcançaram altos preços. Esta se tornou a base para a célebre Série Heechee de Pohl, onde a busca por artefatos Heechee e as próprias Heechee vão cada vez mais fundo no espaço e, entretanto, Vênus colonizada pelos humanos se tornou um estado soberano e uma grande potência.
OBS: O jogo de tabuleiro “Merchant of Venus”, não é baseado na obra de Pohl. O nome do jogo é uma brincadeira com a peça de William Shakespeare, “O Mercador de Veneza” [The Merchant of Venice]. Vênus nem aparece no jogo. Agora se quiser um jogo baseado na obra de Pohl, veja mais abaixo na sessão de Videogames em Vênus!
Trilogia Vênus
A história gira em torno da Terraformação de Vênus e é dividida em 3 livros “Sonhos de Venus” [Venus of Dreams, 1986], “Sombras de Venus” [Venus of Shadows, 1988] e “Filho de Vênus” [Child of Venus, 2001]. Se você lembrou da Trilogia Marciana de Kin Stanley Robinson, você não está completamente errado. As duas trilogias são costumeiramente comparadas, mas o primeiro voluma da de Pamela Sargent a precede, por alguns anos.
Falado em Kim Stanley Robinson, em sua novela “2312” de 2012, a terraformação de Vênus está sendo liderada pelos chineses. Um guarda-sol gigante é usado para bloquear o calor do sol, resfriando a atmosfera o suficiente para congelar o dióxido de carbono na atmosfera e fazê-lo cair na superfície. Uma rocha artificial está sendo colocada em camadas sobre o gelo de CO2 antes que possa sublimar novamente quando a luz do sol retornar.
Série Partidários do Espaço [Weltraum Partisanen]
A série Mark Brandis pode ser categorizada como ópera espacial de “ficção científica hard“ com muitas alusões a romances marítimos. A humanidade tem explorado o sistema solar, estabelecendo colônias na Lua e em Vênus.
A humanidade no final do século 21 conseguiu terraformar Vênus para hospedar uma colônia de cidades, cada uma coberta por enormes cúpulas transparentes contendo uma atmosfera respirável e protegendo do calor. A colônia fora uma antiga penitenciária do tipo Gulag e as cúpulas foram construídas pelos prisioneiros.
Filmes de Ficção Científica em Vênus
A Primeira Espaçonave em Vênus [Der Schweigende Stern] (Kurt Maetzig, 1960)
Quando um artefato alienígena descoberto na Terra é descoberto como vindo de Vênus, uma equipe internacional de astronautas embarca para investigar suas origens.
O filme é baseado no primeiro livro de Stanislaw Lem “Os Astronautas” [“Astronauci”], que menciona o Evento de Tunguska, como sendo a queda de um artefato venusiano, que leva o Governo Mundial Comunista, constituído por cientistas, a enviar a espaçonave Kosmokrator, equipada com o computador chamado Marax para Vênus.
O livro lida com a incapacidade de entender civilizações alienígenas, um tema frequente dos trabalhos futuros de Lem e nos mostra uma tripulação diversificada com um Russo, uma Médica Chinesa, um Técnico Africano, um Matemático Indiano, Físico Atômico Americano e por aí vai…
Rebelião dos Planetas
Em “A Rebelião dos Planetas” [Queen from Outer Space, 1958] O planeta Vênus tem uma sociedade completamente dominada pelas mulheres. A Rainha Talleah planeja destruir a Terra usando seu poderoso raio desintegrador. Um grupo de astronautas terrestres chega ao planeta e seu comandante, conquista o coração de uma das venusianas, que se alia ao grupo da terra para tentar impedir os planos da rainha.
Curiosidade: Em Ghidorah, o Monstro de Três Cabeças [三大怪獣 地球最大の決戦, Sandai Kaijū: Chikyū Saidai no Kessen], tem um personagem que afirma que 5.000 anos atrás, uma civilização antiga viveu em Vênus antes de ser exterminada pelo King Ghidorah.
Vênus em Séries de TV de Ficção Científica!
Em Jornada nas Estrelas, Vênus é o local de várias instalações de treinamento e estações de terraformação da Academia da Frota Estelar.
Em Doctor Who, o Terceiro Doctor se apresenta como um especialista em Aikido Venusiano e canta canções de ninar venusianas. O romance Venusian Lullaby da série “Aventuras Perdidas” [Missing Adventures] discorre sobre isso, descrevendo o Primeiro Doutor visitando uma Vênus agonizante, três bilhões de anos atrás. O Quarto Doctor detém uma licença de piloto para a corrida Marte – Vênus
Em Além da Imaginação, no Episódio “O Marciano” [Will the Real Martian Please Stand Up?] mostra um venusiano de três olhos disfarçado de chef humano. Ele diz a um marciano enviado antes de uma força de colonização que Vênus está formando uma colônia na Terra e interceptou a força de colonização marciana.
Chapolin em Vênus!
É claro que eu não poderia deixar de citar “Aventuras em Vênus”, o episódio perdido de Chapolin! Sim este episódio é considerado “perdido mundialmente” tendo sido refilmado e apresentado aqui no Brasil como “O Planeta Selvavem”. O genial título original pode ser traduzido como “Aventuras de um Planeta Habitado por Selvagens que Curiosamente não é a Terra” [Aventuras en Un Planeta Habitado Por Salvajes Que Aunque Parezca Mentira, No Es La Tierra].
Por sorte existe uma cópia digitalizada de uma fita VHS capturada de uma transmissão do SBT, e pode ser vista aqui:
Aventuras em Vênus nos conta a história de dois astronautas em uma nave espacial aterrissa no planeta Vênus, e duas nativas que observam a aterrissagem assustadas, invocam o Chapolin Colorado.
Animações em Vênus
Venus Wars
Venus Wars (ヴ イ ナ ス 戦 記, Vinasu Senki) é um mangá japonês escrito e ilustrado por Yoshikazu Yasuhiko. Foi serializado na revista Gakken Nora Comics de 1987 a 1989. Em 1989, Venus Wars foi adaptado para um filme de anime dirigido por Yoshikazu Yasuhiko e co-escrito por Yuichi Sasamoto e Yoshikazu Yasuhiko, e produzido por Bandai Visual, Gakken, e Shochiku.
No ano de 2003, um cometa designado Apollon colide com o planeta Vênus e dispersa grande parte da atmosfera do planeta, adiciona umidade suficiente para formar mares ácidos e acelera sua rotação para dar-lhe um dia que corresponda ao seu ano. Este acidente improvável, mas cientificamente sólido, permite à humanidade parcialmente terraformar Vênus, enviando as primeiras naves tripuladas em 2007 e começando a colonizá-la em 2012. No ano de 2089, Vênus tem uma população na casa dos milhões e está dividida em dois estados-nação separados, o norte continente de Ishtar e o continente meridional de Afrodia.
Exosquad
O desenho se passa no início do século 22 e cobre a guerra interplanetária entre a humanidade e Neosapiens, uma raça fictícia criada artificialmente como trabalhadores / escravos para os terráqueos. A narrativa geralmente segue Able Squad, uma unidade de pilotos mecha de elite Terran, em suas missões por todo o Sistema Solar, embora outras histórias também sejam abundantes. Uma Vênus terraformada era um dos três mundos natais.
Cowboy Beebop
Vênus é o cenário do episódio 8 “Valsa para Vênus” [Watz for Venus]. No desenho, Vênus é um mundo árido, mas habitável, terraformado por plantas flutuantes na atmosfera. Essas plantas são retratadas como do tamanho de nuvens Cúmulus. Essas plantas ocasionalmente precipitam neve como esporos que causam a Doença de Vênus. Grande parte da população vive em cidades flutuantes no céu.
Video Games em Vênus
Gateway
Gateway é uma duologia de videogames de ficção interativa lançada pela Legend Entertainment e escrita por Glen Dahlgren e Mike Verdu. É baseado no universo Heechee de Frederik Pohl (vista acima). O primeiro jogo, Frederik Pohl’s Gateway, foi lançado em 1992 para DOS e relançado para Windows em 1995. Sua sequência direta, Gateway II: Homeworld, foi lançado em 1993.
Ambos os jogos têm interfaces virtualmente idênticas que hibridizam analisadores [Parser] tradicionais com ilustração e comandos baseados em mouse. Os jogos (especialmente o segundo) têm vários eventos cronometrados, mas a possibilidade de morte do jogador fora deles é bastante rara. Estados que não podem ser vencidos são possíveis, mas difíceis de alcançar.
Descent
Descent é um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS) desenvolvido pela Parallax Software e lançado pela Interplay Productions em 1995 para MS-DOS, e posteriormente para Macintosh, PlayStation e RISC OS. Ele popularizou um subgênero de jogos FPS que empregam seis graus de liberdade e foi o primeiro FPS a apresentar gráficos 3D totalmente verdadeiros.
O jogador é escalado como um mercenário contratado para eliminar a ameaça de um vírus de computador extraterrestre misterioso que infecta robôs mineradores de outros mundos. Em uma série de minas em todo o Sistema Solar, o protagonista pilota uma nave espacial e deve localizar e destruir o reator de energia da mina e escapar da autodestruição da mina, derrotando robôs adversários ao longo do caminho. Os jogadores podem jogar online e competir em deathmatches ou cooperar para enfrentar os robôs.
No jogo de computador Descent, os níveis 4 e 5 se passam em um laboratório atmosférico de Vênus e em uma mina de níquel-ferro. No terceiro jogo, Descent³, o nível final do jogo ocorre em uma instalação subterrânea em Vênus para onde o principal antagonista do jogo fugiu e se escondeu.
Xain’d Sleena
Xain’d Sleena (ザ イ ン ド ス リ ー ナ) é um jogo de fliperama de dois gêneros (Plataforma e Side Scrolling) produzido pela Technos em 1986. Foi licenciado para lançamento fora do Japão pela Taito. Nos EUA, o jogo foi publicado pela Memetron e renomeado para Solar Warrior. Nos ports para computadores domésticos europeus renomearam o jogo para Soldier of Light.
O personagem principal, Xain, é um caçador de recompensas galáctico que deve derrotar as forças do mal que oprimem cinco planetas diferentes. O jogador pode selecionar qualquer ordem para jogar os vários planetas, portanto, não há uma sequência “oficial” de jogo
Vênus aparece como um mundo exuberante com dinossauros e grandes insetos.
RPGs em Vênus
Mutant Chronicles
Mutant Chronicles é um RPG mesa ambientado em um mundo pós-apocalíptico, publicado em 1993. Ele gerou uma franquia de jogos de cartas colecionáveis, jogos de guerra de miniatura, videogames, romances, histórias em quadrinhos e um filme do mesmo título baseado no mundo do jogo.
No universo do jogo, Vênus é um cenário importante, seguindo a ambientação de selva da era pulp.
Wolfenstein II: The New Colossus
Wolfenstein II: The New Colossus é um jogo de ação e aventura de tiro em primeira pessoa desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda Softworks. Foi lançado em 27 de outubro de 2017 para Microsoft Windows, PlayStation 4 e Xbox One.
Os nazistas apareceram para colonizá-lo com Adolf Hitler se refugiando no planeta! Uma das razões de Hitler para fazer isso foi ter o planeta como um local conveniente para audições de atores para seus projetos de filmes de propaganda.
Pensamentos Finais
É uma pena que o mercado editorial brasileiro tenha tão pouco deste material disponível para o leitor. Existem obviamente muito mais obras de ficção científica que abordam Vênus como tema ou cenário, que poderiam agradar o público mas, infelizmente, é pouco provável que algum dia venham a ser publicados em terras tupiniquins. Obviamente não adianta serem publicados e ninguém comprar… então ficamos nesta bola de neve do ninguém compra porque não tem e não tem porque ninguém compra… É uma pena.
Mas para terminar em uma nota positiva: Da mesma maneira que as novas descobertas científicas influenciaram a ficção científica no passado, certamente novas visões sobre Vênus aguardam os escritores de Ficção Científica desbravarem uma “nova” Vênus. O que nos aguardará? Cidades nas Nuvens, um eco-sistema vibrante nas nuvens Venusianas, ou criaturas resistentes a mortal atmosfera de Vênus? Algo que so a Ciência e a Ficção poderão nos responder, cada um a sua forma, caminhando lado a lado.