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Natural City (2003) – A Batalha dos Ciborgues – Resenha

Natural City (2003) – A Batalha dos Ciborgues – Resenha

Este texto é antigo, escrito lá em 2010 em um antigo blog de cinema que participava, falando sobre Natural City – A Batalha dos Ciborgues. Estou resgatando alguns que valem um pouco mais a pena. Nada mágico; um tanto pretensioso. Mas vamos lá, o que esperar de alguém cursando faculdade de cinema? Tenham pena do meu eu mais jovem, ele estava aprendendo… o atual também. Segue o texto na integra:


Comprei este filme numa banca de jornal por R$9,99, bem na linha do “por que não?”, sem acreditar muito na possibilidade do filme coreano, porcamente traduzido como “A Batalha dos Cyborgues“, ser bom. Notoriamente eu estava enganado. O amalgama entre Blade Runner, Mad Max, Terminator, e O Trigre e o Dragão, prende a atenção do começo ao fim. Teve seu lançamento em 2003, e pelo que me lembro dos filmes de Hollywood do mesmo ano, Natural City não fica devendo em nada tecnicamente.

Visualmente impressionante, tal qual Blade Runner, Natural City buscou em sua cultura oposta influências para tornar a cidade futurista plausível. Blade Runner buscou a influência oriental e Natural City a ocidental, num Yin Yang da construção civil sci-fi. O mesclado entre ocidente e oriente, já discutido por Phillip K. Dick, nos mostra o rumo que nossa civilização globalizada está tomando, e em partes destruindo o cultura local. Assim como acontece hoje na Coreia, e também no Japão, que está em constante conflito entre seus costumes e a nova cultura americana/mundial que está se impondo. Natural City, foi ainda mais longe, nos mostrando também como são os arredores da cidade, nos mostrando os “não cidadãos” no melhor estilo de Mad Max, com sua cultura de resistência, e suas prostitutas que já começam a ser deixadas de lado pelas “bonecas“. Sim como a Prix em Blade Runner era uma “pleasure model” (modelo de prazer), aqui temos as Bonecas, robôs criadas para dar prazer e fazer companhia ao ser humano, como uma gueisha cyberpunk.

A própria história é, guardando as devidas proporções, muito parecida com a de Blade Runner. A Robô está com os dias contados, sua bateria está acabando. Ai entra nosso protagonista, R interpretado por Ji-tae Yu, que está apaixonado pela robô dancarina (os actróides que se cuidem) e quer que ela tenha mais tempo. Bom, de batalhas mesmo, só temos duas sequências de ação: Uma logo no começo para acordar o pessoal, e outra no final.

Quanto as cenas de luta, eu não teria colocado os cyborgues saltitantes que parecem mais estar numa olimpíada de acrobatas, que em um combate. Não gosto muito de cenas de luta não verossímeis com o ambiente em que elas são colocadas. Mas visualmente são muito bonitas. Outra coisa, o estilo de narrativa, muito se parece com Animes, e tem sua narrativa mais lenta, o que algumas horas torna o filme massante. Mas depois que me habituei com o ritmo, foi tudo em ordem. Tiraria também a cena de romance sub-aquático à la Tidus e Yuna em Final Fantasy X, mas nada que atrapalhe o filme.

Resumindo, um grande filme para ser assistido, quem sabe em uma grande sessão Blade Runner, Natural City e Max Headroom. Não sei se será fácil de achar em locadoras, mas nessas bancas de jornal que vendem DVDs com certamente.

Newton Uzeda

Newton Uzeda, o Terceiro de seu Nome, Viajante de muitos Mundos, Sonhador de Fantasia, Leitor de Sci-fi, o Desafiador da Máquina, o Colecionador de Mundos, o "Último dos Renascentistas", Guardião de Histórias e o Questionador de Autoridades.

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