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Pi (1998) Darren Aranofsky – Análise

Pi (1998) Darren Aranofsky – Análise

Como prometido, aqui está: Pi, filme de Darren Aranofsky, filmado todo em preto e branco, fortemente influenciado por Stanley Kubrick, Kevin Smith e Frank Miller. Neste filme atemporal, Max, um gênio procura desvendar um padrão nas variações da bolsa de valores usando como base a infinidade decimal do pi. Até ai perfeito, parece ser “somente” uma grande ficção… Mas não é. Pi é mais! Aranofsky esteve em Israel, e conviveu com alguns judeus ortodoxos que procuravam uma relação entre o Pi e a Cabala.

Junte este ambiente dark e confuso da mente de um gênio, com algumas teorias científicas, Gematria (relação entre os números e letras no Torá) e a Teoria do Caos, e teremos um filme com um ritmo fortemente marcado, com música eletrônica (parte que irrita um pouco, porém traz o filme para o clima certo), cortes rápidos e uma repetição de voice-over que nos transmite a sensação de estarmos presos em um lugar. A música eletrônica, foi escolhida justamente pelo fato de ser repetitiva. Uma grande sequência de samplers que parecem não ter fim. Como disse Stephen King: “O Inferno é Repetição”.

Fato é: O filme realmente nos sufoca do começo ao fim e, ao final, nos traz a mensagem de que a alienação total pode ser a única salvação. E ele nos mostra isso ao melhor estilo de “O Assassino da Furadeira” (The Driller Killer) de Abel Ferrara, ou Jimmy Boy, mas isso é outra história.

piPara os que como eu, gostam de matemática, é um prato cheio. Outra grande oportunidade é para os que assistiram o Código Da Vinci (The Da Vinci Code) e acharam fantástico, descobrirem que a Razão Áurea, Sequencia de Fibonacci e outros, não são exclusivos de Dan Brown e sua perigosa capacidade de manipular a história (George Orwell, onde está você???).

Interessante também como é mostrado o valor do conhecimento. Max em certo ponto é subornado e ele fala que sua pesquisa é para curiosidade científica não por dinheiro e então lhe é oferecido um super processador que seria capaz de ajuda-lo em sua pesquisa. Algo o melhor estilo de “Não quero seu dinheiro, quero seu silício!”

Altamente recomendado, grandioso em sua estrutura e mensagem, se separando da grande massa de filmes como poucos. Bom se assistir juntamente com “Um Ponto Zero“, como já disse, sempre assisto esses filmes juntos. Parece que eles tem alguma relação não declarada. Se alguém sacar qual é, comente.


Este texto é antigo, escrito lá em 2010 em um antigo blog de cinema que participava. Estou resgatando alguns que valem um pouco mais a pena. Nada mágico; um tanto pretensioso. Vamos lá, o que poderíamos esperar de alguém cursando faculdade de cinema? Seja gentil com meu eu mais jovem, ele estava aprendendo… o atual também. O texto foi reproduzido praticamente na integra.

Newton Uzeda

Newton Uzeda, o Terceiro de seu Nome, Viajante de muitos Mundos, Sonhador de Fantasia, Leitor de Sci-fi, o Desafiador da Máquina, o Colecionador de Mundos, o "Último dos Renascentistas", Guardião de Histórias e o Questionador de Autoridades.

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